Jan 23, 2021
O chão devolve a luz geometrizada,
não me devolve.
Apoia os pés das crianças,
me empurra,
derruba.
Ergo andaimes,
ato cordas em nós,
tiro plantas de minhas frestas
— não de concreto,
sou de pedra abstrata.
A sola estoura o chão empoeirado,
me assola.
Desvia linhas e insetos
em saltos,
concretos.
Mas eu sou paz desabstrata.
Desato raízes,
não ergo barragens.
Devolvo viva a luz
— sou pele d’água,
não geométrico.